quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Nomes dos acadêmicos da AAPOL

São membros da Academia
Coeli Magno, Vilmaci
Romana Leite, Necy
Iêda e salomé
Drª Lourdes que é
Primeira dama daqui
Também Padre Theodoro
Da matriz de Apodi.

Tem o amigo Caubí
Que domina a geografia
Francina com a poesia
Junto a Deusinha de Dão
Tem o homem do povão
Marcos Pinto Historiador
Leyla Carla jornalista
J. Paiva locutor.

Tem o ex vereador
Antonio de Valdemiro
Tem outro que admiro
Que é Flaviano Monteiro
Dos jovens é o primeiro
A defender o injustiçado
E Dr. William Guerra
Que é bom advogado.

Tem padre Pedro respeitado
Homem de bela carreira
Também Raimundo Vieira
E Marcos Leite pintor
Raimundo Lúcio o professor
Que me ensinou agricultura
E José Pinheiro Bezerra
O chefe da prefeitura.

E da Casa de Cultura
Vem Genildo com amor
Rosemberg  com seu valor
Tem Socorro da Silveira
Nuremberg Ferreira
Que a nota é 10 acima
Saúde Silva, Raimundo Rêgo
Isa Mota e Rosa Lima.

Acadêmicos de alta estima
Dionísio Cosme, Edvan Pinto
É gente boa eu não minto
Francisca Ferreira Maia
É difícil levar vaia
Quem tem talento brilhante
Como Janilson de Carvalho
E Holanda Cavalcante.

É muita gente importante
Que de falar não me recuso
Maria Francisca Araújo
Também tenho que citar
Acabaram de confirmar
Presença na Academia
Sejam bem vindos os dois
Alaíres e Altino Dias.

Finalizo a poesia
Simples e informal
Nada de intelectual
Só uma relação pra você
Que queria conhecer
Os acadêmicos daqui
Foram esses os escolhidos
Pra Academia de Apodi.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

Poesia sobre a Academia Apodiense de Letras - AAPOL

Tem gente que me pergunta
Como é essa Academia
Em forma de poesia
Pretendo já explicar
Preste atenção vou rimar
Da denominação
Começando pela sede
Objetivo e duração.

É civil a associação
De natureza cultural
Ela é sensacional
Tem duração ilimitada
Em 2006 foi fundada
Sede e foro é aqui
É de direito privado
A Academia de Apodi.

O objetivo é contribuir
Para o desenvolvimento cultural
Academia especial
Se destaca na cidade
Dando oportunidade
Aos talentos escondidos
Que se não fosse por ela
Muitos já estavam perdidos.

Pois é sem fins lucrativos
Essa associação
Gostou a população
Achando maravilhosa
Só tem gente talentosa
O estatuto é perfeito
E explica aos acadêmicos
Seus deveres e seus direitos.

As categorias têm respeito
E é formada pelo quadro social
Que traz em especial
Fundadores efetivos
Todos com incentivos
Categorias excelentes
Tem ainda os beneméritos
Por fim; os correspondentes.

A ata de fundação vem na frente
Assinada pelos 40 sócios convidados
Os primeiros nomes mais destacados
Em ciências, letras e artes
Que já tenham feito parte
Da história cultural da cidade
São esses os acadêmicos
Legitimamente chamados.

Cada acadêmico citado
Escolhe seu protetor
Padroeiro de valor
Pra sua cadeira assumir
Enquanto a Academia existir
O nome do patrono não muda não
A memória do falecido tem que está ligada
Ao desenvolvimento cultural da região.

A posse de cadeira só se extinguirá, por razão
De morte do titular ou desistência
Ou se não quiser ter autoridade e competência
E adotar mal conduta profissional
Então essa vaga em especial
É para o efetivo que for na frente
O que tirar a maioria dos votos na Assembléia
Será o vencedor permanente.

A proposta excelente
Dos candidatos a sócios efetivos
Terá apoio e incentivo
E por três acadêmicos é assinada
Inicialmente avaliada
Pela diretoria e então
Segue pra Assembléia geral
Dar a sua opinião.

Tem outro quadro que não
Terá número de sócios limitado
Também por a diretoria é indicado
Por a Assembléia terá aprovação
Esses sócios beneméritos, poderão
Ser pessoas físicas ou jurídicas maravilhosas
Que já tenham feito doações a Academia
Ou contribuições valiosas.

A Academia é bondosa
Dar título de sócio honorário
Aos extraordinários
Escritores ou cientistas
Que são os maiores artistas
Com notável saber e competência
Também pelo importante serviço prestado
As letras e/ ou as ciências.

Têm na Academia exigências
Ética e muito respeito
É do acadêmico o direito
Das reuniões freqüentar
De ser votado e votar
Pra cargo ou função que tiver
Gozar das demais vantagens
Que no regime vier.

O dever do acadêmico é
Cumprir as disposições estatuárias e regimentais
Zelar pela prioridade da ética e da paz
Fazer defesa do patrono em reunião
No prazo de 02 anos de sua admissão
Acatar e prestigiar
Os atos e decisões
Que a diretoria e a Assembléia mostrar.

O acadêmico vai trabalhar
Pra cumprir com seu dever
Lutar pra um dia vencer
Assumindo seu papel
Pra receber o anel
Com a pedra do talento
O brilho desse anel
Vem com o reconhecimento

Da administração dos cargos, devo falar
Também da competência
A Academia será dirigida e representada com experiência
Por uma diretoria e um conselho fiscal
Os membros de um modo geral
Serão eleitos de dois em dois anos por secreta votação
E com antecedência poderá
Ser permitida reeleição.

Somente funcionará em primeira convocação
Com 2/3 dos sócios presentes
A diretoria é composta por um presidente
Um vice e dois secretários
Dois tesoureiros extraordinários
Um diretor de patrimônio e um diretor social
A Academia terá como presidente de honra
O prefeito municipal.

De um modo geral
Compete a diretoria
Dentro da Academia
Elaborar e viabilizar
E também executar
O plano administrativo
Cumprindo as determinações da Assembléia
Com muito apoio e incentivo.

Preste atenção meu amigo
As atribuições do presidente
É nosso maior exemplo
Representa a Academia
Presidindo as reuniões da diretoria
A da Assembléia geral
Prover o cumprimento das normas
Estatuarias e regimentais.

O presidente forma comissões especiais
Nomeia assessores e representantes
É o membro mais importante
Faz prestações de conta e gerencia
Todos os atos administrativos da Academia
Apresenta o relatório anual administrativo da direção
É quem autoriza despesas
E também dar quitação.

O presidente é um chefão
Decide sobre cargos negligentes
Convoca o conselho e Assembléia de repente
Pra tudo solucionar
Se ele um dia faltar
Por qualquer impedimento que surgir
Com todas as vantagens é o vice
Quem irá o substituir.

Aqui vou me dirigir
Ao nosso secretário
Sábio extraordinário
Que cumpre as obrigações
Assiste as reuniões
Faz atas e correspondências
Cadastros e relatórios
Com prática e competência.

Também se faz exigências
De uma tesouraria
Dentro da Academia
Isso é fundamental
Cuidar dos negócios em geral
É a função do tesoureiro
Fazer a prestação de contas
E arrecadação de dinheiro.

Os gastos do ano inteiro
Que tem na instituição
Terá toda anotação
Do amigo tesoureiro
Cheques e documentos financeiros
Serão assinados juntamente
Por esses dois companheiros
Tesoureiro e presidente.

Aqui as programações de eventos
E as obrigações públicas
Quem organiza e executa
É o diretor social
Já o acervo cultural
E o material da Academia
É o diretor de patrimônio
Quem preserva e quem amplia.

É com muita alegria
Que falo no Conselho Fiscal
São cinco acadêmicos no geral
Que forma essa união
Para dar opinião
E orientar a diretoria
Sobre os casos negligentes
No estatuto da Academia.

Para assim elaborar com sabedoria
O interno regimento.
Também falo no momento
Em interna eleição
Onde os cincos conselheiros elegerão
Um presidente para dirigir
Em dois anos de mandato
O Conselho Fiscal aqui.

Agora vou me despedir
Com carinho e com amor
Do meu querido leitor
Que me deu toda atenção
Do fundo do coração
Mando nessa poesia
Os parabéns para os criadores
Dessa linda Academia.


Deusinha. Poetisa Popular de Córrego, Apodi RN

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Consumo hídrico da cultura do girassol irrigada na região da chapada do Apodi RN

Dissertação: Consumo hídrico da cultura do girassol irrigada na região da chapada do Apodi RN
Autora: Jeanine Falconi Acosta
Curso: Pós-graduação em Meteorologia
Universidade: Universidade Federal de Campina Grande – UFCG
Publicação: Fevereiro de 2009
Fonte do artigo: http://www.dca.ufcg.edu.br
Clique para ver ou baixar a dissertação

Envie sua dissertação para tudodeapodi@hotmail.com e nós postaremos com prazer no blog.

domingo, 28 de agosto de 2011

Utilização de plantas medicinais pela comunidade rural de Moací Lucena, Apodi RN

Artigo: Utilização de plantas medicinais pela comunidade rural de Moací Lucena, Apodi RN.
Autora: Antonia Mirian Nogueira de Moura GUERRA e outros;
Universidade: Universidade Federal de Viçosa – UFV.
Publicação: 2007
Fonte do artigo: Google Docs
Clique para ver ou baixar

Envie seu artigo científico para tudodeapodi@hotmail.com.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Clébson de Lima

FRANCISCO CLÉBSON RODRIGUES DE LIMA, nasceu no dia 20 de julho de 1981 na cidade de Apodi, RN, segundo filho de um total de 06 filhos da união de Cosme Ferreira de Lima e Maria Jurandir Boágua Rodrigues de Lima. Filho de pequenos agricultores familiares desde pequeno ajudava a família nas tarefas diárias, cuidava dos animais, buscava água e lenha, atividades que exerceu até 20 anos de idade.

Iniciou seus estudos na Escola de 1º e 2º série da sua comunidade São Francisco, Chapada do Apodi, tendo como primeira professora a Senhora Bela de Raimundinho, tendo de caminhar diariamente cerca de 04 quilômetros para estudar. No ano de 1990 por dificuldades financeiras sua família muda-se para a Comunidade de Córrego, onde Clébson mantêm contatos com os colegas que posteriormente seriam parceiros de movimentos sociais.

A partir daí dar continuidade a seus estudos na Escola Municipal Isabel Aurélia Tôrres e em seguida na Escola Isolada Sítio Córrego. Em 1995 inicia a peregrinação ate a cidade de Apodi para continuar estudando, desta vez na Escola Estadual professor Antonio Dantas, onde cursou a 5ª série. O ano era 1997 e a família se muda para a cidade de Serra do Mel, onde Clébson cursa a 5ª e 6ª série na Escola Estadual Padre José de Anchieta, curso feito através do Telecurso 2000. Na Serra do Mel tem contato com o movimento social pela primeira vez, a partir daí seria um intenso caso de amor, esse momento em Serra do Mel se deu por meio do ingresso em um grupo de jovem e o ministério da catequese que foi essencial em seus primeiros passos na militância.

No ano de 1998 retorna a Apodi onde continua seus estudos desta vez, na Escola Municipal Professora Lourdes Mota e passou a conviver com a dificuldade de trabalhar na Agricultura durante o dia e estudar a noite, testemunhando a desistência de vários colegas. Com essas dificuldades conclui o ensino fundamental e faz o ensino médio na Escola Estadual Professor Antonio Dantas, concluindo-o no ano de 2001.

No ano de 1998 tem-se registro de um dos acontecimentos mais importantes na sua vida que foi seu ingresso no dia 02.02.1998 no Grupo de Jovens São Pedro - GRUJOSP, inicialmente como componente e depois passou a exercer as funções de 2º secretário, 1º Secretário e, por último, presidente por dois mandatos. O grupo lhe oportunizou grandes alegrias, uma delas foi continuar o ministério da catequese que se estendeu por mais 04 anos.

Outra coisa importante neste período foi a participação no Movimento de Juventude Rural Cristã – MJRC, que foi determinante na sua vida pois a partir desta, iniciou-se um ciclo muito interessante pelo fato dessa organização ter lhe possibilitado conhecer a realidade da juventude rural de todo o nordeste. Foram 05 anos de muitas atividades onde o mesmo chegou a representar o Rio Grande do Norte na coordenação desse movimento, tornando-se em 2005 Coordenador Geral a nível de Nordeste, passando a residir em Recife – PE. Participou em um evento internacional na Alemanha, em um seminário sobre Segurança e soberania Alimentar, Assembléia mundial do MIJARC, intercâmbio conhecendo a realidade da juventude rural da Alemanha e um jubileu de comemoração dos 50 anos do MIJARC. Nestes anos de militância fez trabalhos nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Alagoas e Maranhão, chegando a passar 02 meses conhecendo a realidade dos jovens rurais do estado do Maranhão. Também foi membro fundador da Comissão de Jovens do STTR de Apodi, Secretario e presidente da Capela de São Pedro do Córrego e da Associação dos Mini-produtores de Córrego e Sítios Reunidos – AMPC. Em 2007 volta para Apodi se torna membro da Cooperativa Potiguar de Apicultura e Desenvolvimento Rural Sustentável – COOPAPI. Exerce hoje na COOPAPI a função de Assessor da Base de Serviços de Apoio á comercialização da COOPAPI/MDA/SDT/CTA e é apresentador do programa Cooperativismo em Ação, há 03 anos no ar pela AM/Vale do Apodi. É também soldado de Cristo.

Clébson passou 05 anos sem estudar, no entanto sempre pensou em retomar. No seu regresso a Apodi iniciou sua preparação para enfrentar a concorrência dos vestibulares e em 2008 consegue aprovação no curso de Ciências Sociais na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN, cursando dois períodos. Em seguida prestou vestibular para o curso de Direito na mesma universidade obtendo aprovação, hoje esta cursando o 5º período deste curso, em 2009 casa-se com Maria Jociélia da Silva Tôrres com quem divide tristezas, alegrias, derrotas e vitorias até os dias de hoje.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Patati Patata em Apodi - convite

Cronologia apodiense dos séculos XVIII e XIX

O relato histórico é sem limites de extensão. As ramificações, os pormenores e as especulações são infinitos. Os limites do discurso histórico são os documentos oficiais. Mas na interpretação e na interligação dos documentos, há manancial de documentos históricos que tutelam a afirmativa de que Apodi ainda tem muito a ser pesquisado, sobretudo nos velhos inventários e Cartas de Datas de sesmarias, além de processos de demarcação e divisão das terras que compõem a área territorial do município, constantes do arquivo morto do 1º Cartório Judiciário de Apodi.
A cronologia seiscentista e setecentista do Apodi nos dá a certeza de que este rincão era o polo irradiador dos fatos que norteiam os horizontes econômicos, políticos e sociais na região Oeste do estado. Vejamos a síntese cronológica:

1680 - Em 19 de Abril deste ano o Capitão-Mór da então Capitania do Rio Grande concedia a MANOEL NOGUEIRA e sua família as datas de sesmaria requeridas. No dia 16 de Outubro deste mesmo ano a família NOGUEIRA se instalou ao sul da lagoa, no lugar conhecido como "Lagoa do Cajueiro".

1682 - Em data de 12 de Fevereiro o Governador-Geral da Bahia Roque da Costa Barreto expede CARTA DE CONFIRMAÇÃO DAS DATAS DE SESMARIAS concedidas aos irmãos MANOEL NOGUEIRA e JOÃO NOGUEIRA.

1684 - MATHIAS NOGUEIRA, patriarca da família Nogueira, comprou a " DATA DA LAGOA DO APANHA-PEIXE" ao Alferes Gonçalo Pires de Gusmão, que não suportou o ataque dos índios Payins.

1685 - A família NOGUEIRA, acossada pela indiada tapuia Paiacus, retorna à sua terra de origem, cidade de N. Sra. das Neves, atual cidade de João Pessoa-PB, em busca de recursos a fim de darem continuidade aos trabalhos de exploração do novo território.

1688 - Em 09 de Agosto o Sr. MATHIAS NOGUEIRA e seus filhos João Nogueira e Balthazar, acompanhados de seus escravos, deram combates aos Payins, na margem da lagoa do "Apanha-Peixe", em batalha memorável. Os Payins aliados aos tapuias Paiacus, tendo por chefe o guerreiro ITAÚ bateram os Nogueiras, que fugiram vergonhosamente para o Jaguaribe,deixando mortos no campo da batalha os bravos João Nogueira e Balthazar Nogueira. Queixando-se os Nogueiras ao governo, mandou o Capitão-Mór do Rio Grande Paschoal Gonçalves de Carvalho, neste mesmo ano, o Ouvidor MARINHO retirar os índios Payins e seus agregados CABORÉS e ICOSINHOS, do "Apanha-Peixe" para a lagoa do Itaú (É a mesma lagoa de Apodi) onde vilou-os com os Paiacus.

1700 - No memorável dia 10 de Janeiro os padres jesuítas PHILIPE BOUREL e JOÃO GUINCEL fundam a ALDEIA DO LAGO PODY, primeira denominação de APODI, que já contava com 600 habitantes.

1701 - O bravo MANOEL NOGUEIRA realiza trabalhos de alinhamento do povoado, no lugar denominado "Outeiro ou Tapera", dentro da légua em quadro demarcada e gravada para os índios, sofrendo por isso, embargo dos ROCHA PITA.

1703 - Tem início a célebre QUESTÃO DE TERRAS entre Manoel Nogueira e o sesmeiro baiano Antonio da Rocha Pita.

1706 - No dia 20 de Junho o destemido MANOEL NOGUEIRA abandona seus currais de gado, após ter assentado as primeiras bases de civilização. Passou a residir na região Jaguaribana, no Ceará. Nesse mesmo ano teve Manoel Nogueira sentença a seu favor, na questão das terras, tendo Antonio da Rocha Pita apelado para as Cortes de Lisboa.

1709 - Em data de 15 de Maio faleceu na então ALDEIA DO LAGO PODY o venerando padre Jesuíta PHILIPE BOUREL.

1715 - A 17 de Janeiro falece em sua fazenda "Outeiro", que é o atual "QUADRO DA RUA", o indômito Entradista MANOEL NOGUEIRA, deixando a viúva D. Antonia de Oliveira Corrêia e filhos.

1761 - No dia 12 de Junho os índios tapuias são transferidos para a Serra do Regente, que depois passaria a ser denominada de Serra de Portalegre, comandados pelo Juiz Miguel Carlos Caldeira de Pina Castelo Branco.

1766 - Em 03 de Fevereiro foi criada a Freguesia das Várzeas do Apodi (Paróquia), tendo como primeiro Padre o pernambucano de Recife Reverendo JOÃO DA CUNHA PAIVA. A paróquia de Apodi foi desmembrada da de Pau dos Ferros.
FONTE: Artigo do Historiador NONATO MOTA, com o título "NOTAS HISTÓRICAS", publicadas no jornal "COMMÉRCIO DE MOSSORÓ", edição de 12.07.1914).

Matéria enviada por: Marcos Pinto, Advogado e Presidente da Academia Apodiense de Letras - AAPOL.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sítio Casado - comunidade

Para se chegar a uma explicação concreta sobre as denominações toponímicas, torna-se necessário empreender percuciente pesquisa em antigos documentos oficiais, tais como inventários, escrituras públicas, livro de registros paroquiais (Casamentos, óbitos, batizados), testamentos, memórias particulares, bem como pela tradição oral. Este sítio tem parte de suas terras encravadas sobre a serra, estendendo-se sobre o sopé da mesma, até o lugar conhecido como sítio "Jatobá".

O elo histórico com a denominação toponímica dá-se pelo fato de que um dos seus primeiros proprietários tinha o nome civil de MANOEL PEREIRA CASADO, que era casado com FRANCISCA MARIA DE JESUS, que é a mesma Francisca Gomes. O bravo Manoel era homem abastado de bens patrimoniais, tendo vendido uma parte de terras na várzea do Apodi, conhecidas como sítio "Borracha", ao Sr. VICENTE FERREIRA DA MOTA, em compra efetivada no dia 05 de maio de 1841. Por volta do ano de 1820 situou seus currais de gado nas terras que adquirira por compra. Durante o inverno conduzia o seu rebanho de gado e miunças para a parte que ficava em cima da serra, onde escapavam fartamente com o pasto daquelas terras. No período de estilo, descia os rebanhos para as terras do Sítio "Jatobá", extensão das terras do sítio "Casado", que também era conhecido como sendo o" Sítio do Casado", posto que Manoel era conhecido como sendo o Sr. Casado, também chamado de "Sêo" Casado. O interessante é que os descendentes do Manoel ficaram conhecidos como sendo da família dos CASADO, sendo certo que a maioria trazem o denominativo familiar COSTA.

Um filho de Manoel Casado, de nome LUÍS MANOEL CASADO, conhecido como Luís Casado, nasceu nas terras deste sítio, no ano de 1827, vindo a casar-se com FRANCISCA NOGUEIRA DA COSTA, que é a mesma FRANCISCA BERNARDA DA CONCEIÇÃO, filha de João Bernardo Nogueira e de Geralda Francisca da Costa - Esta, por sua vez, era trineta materna do Capitão Antonio de Morais Bezerra e Maria José da Cunha, tronco da vasta família MORAIS, com origem em São Sebastião (atual cidade Gov. Dix-Sept Rosado) e espalhada nas várzeas desse rincão, como também nas várzeas de Apodi e Mossoró. Luís Casado faleceu no sítio "cipó", de infarto fulminante a 01.05.1908 aos 81 anos de idade, e sua esposa faleceu no sítio "Joazeiro" a 05.07.1920, aos 90 anos de idade, deixando os seguintes filhos:

F.01 - ALVINA - Casou com Antonio Virgínio.

F.02- JOANA GOMES DE JESUS - Casada com João Agostinho da Costa.

F.03- JOSÉ CASADO DA COSTA (é o mesmo José Bento da Costa) - Casado com Maria Antonia da Conceição.

F.04- JOÃO CASADO DA COSTA - Casado com Joana Bernarda da Costa.

De JOSÉ CASADO DA COSTA e MARIA ANTONIA DA CONCEIÇÃO nasceu o Sr. FRANCISCO DE SALES BISPO, popularmente conhecido como sendo CHICO DO CASADO, nascido no ano de 1872. Quando o velho Luís Casado faleceu em 1908, o seu neto Chico do Casado já administrava o sítio "Casado", passando também a ser referencial toponímico ao único acesso para veículos ao cimo da serra até o ano de 1948, cuja ladeira de acesso ficou conhecida como sendo a "LADEIRA DE CHICO DO CASADO". Em 1948, Quando fizeram a nova estrada de rodagem ligando Mossoró ao Apodi, fizeram novo acesso à serra,que é o atual que passa defronte ao antigo posto fiscal do sítio "Canto de Varas". O velho CHICO DO CASADO faleceu no sítio "CASADO" a 23 de Novembro de 1932, aos 63 anos de idade, deixando a viúva D. VICENTINA MARIA DA CONCEIÇÃO, da família dos Varelos, que veio a falecer a 10 de Fevereiro de 1933, e os seguintes filhos:

F.01- PEDRO FRANCISCO DA COSTA (Pedro Casado, ou Pedro do Casado): Casado com Ana Maria da Conceição. Casou em segunda núpcias com VICÊNCIA MARIA DE FREITAS, (Vicência do Rosário, filha de Luiz Manoel do Rosário e de Maria Vicência de Jesus) e foram pais de ANTONIO DOS REIS MAGOS DA COSTA (Antonio do Casado) pai do ex-prefeito Simão Nogueira.

F.02- JOÃO FRANCISCO DA COSTA (já era falecido no ano de 1932): Casado com Ana Maria de Jesus.

F.03- JOSÉ FRANCISCO DA COSTA.

F.04- TIBÚRCIO FRANCISCO DA COSTA: Casado com Maria Ana Nogueira. São os pais de Cássio, casado com Zélia Marinho, que por sua vez são os pais de Tibúrcio Marinho e da grande poetisa Maria Luíza Marinho Costa.

F.05- GERALDO FRANCISCO DA COSTA (Conhecido como Geraldo do Casado): Casou com RAIMUNDA ALVES PINTO, filha de José Alves Cavalcanti e Maria Clara Bezerra Cavalcanti. São os avós de João Sales e pais de FRANCISCO SALES PINTO, conhecido como Chiquinho de Geraldo do Casado.

F.06- IGNÁCIA VICENTINA DA COSTA - Casada com BRAZ HOLANDA DA COSTA.

F.07- MARIANA VICENTINA DA COSTA - Casada com Francisco Lourenço da Costa.

F.08- MARIA VICENTINA DA CONCEIÇÃO: É a mesma Maria Francisca da Conceição, falecida no sítio "Casado" a 10.10.1932,aos 34 anos de idade, deixando o viúvo JOÃO MACHADO DA COSTA e os filhos FRANCISCA, ANTONIO, JOÃO e MARIANA.

SOBRE O SR. ANTONIO DOS REIS MAGOS DA COSTA, conhecido popularmente como Sêo ANTONIO DO CASADO, veio a casar com dona SEBASTIANA NOGUEIRA DA SILVA (dona Santoza), filha do velho Simão Nogueira da Silva, e foram pais de numerosa prole, destacando-se o ex-prefeito Simão Nogueira. A respeitável e renomada poetisa e historiadora MARIA AUXILIADORA DA SILVA MAIA (Dodora de Tião Lúcio) traçou o perfil biográfico de sêo ANTONIO DO CASADO, num retrato emoldurado pelas seguintes palavras: "... ANTONIO DO CASADO constituiu-se num capítulo à parte. Ele não foi um homem de grandes riquezas, mas teve um relevante papel na geração de emprego e renda, em Apodi. Nasceu no sítio "Casado" e com o portentoso nome de ANTONIO DOS REIS MAGOS DA COSTA, passou a ser conhecido como Antonio do Casado. Mudou-se para uma pequena propriedade no vale do Apodi, onde iniciou sua vida no cultivo da carnaubeira. Além da colheita em sua propriedade, Antonio do Casado, no período da safra, arrendava outras tantas pequenas propriedades e colhia muito pó de carnaúba. Posteriormente veio para a cidade e montou, no quintal de casa uma pequena e rústica indústria para prensar a cera de carnaúba. Nessa atividade, Antonio do Casado empregava centenas de pais de família, se constituindo, naquela época, como o maior empregador do município de Apodi. Por oportuno convém lembrar que Antonio do Casado era um homem generoso; sua casa era o abrigo certo dos pastores protestantes que, nos áridos caminhos do Oeste, enfrentavam uma forte rejeição à pregação do evangelho. (FONTE: Vide livro "LAJEDO DE SOLEDADE (Historia de) UM POEMA DE PEDRAS". Autora Maria Auxiliadora da silva Maia - Fundação Vingt-Um Rosado e Coleção Mossoroense - série C - vol. 1392 - Outubro de 2003)..

Grande tem sido a contribuição da família CASADO ao desenvolvimento econômico e social do município de Apodi, composta por homens e mulheres laboriosos. Tem seu nome amalgamado na geografia humana da região Apodiense.

Enviada por Marcos Pinto - Advogado e presidente da AAPOL - Academia Apodiense de Letras.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Adailton Targino


ADAILTON JOSÉ TARGINO nasceu no Distrito de Soledade, Zona Rural de Apodi - RN, no dia 28 de Novembro de 1973. Filho de José Inácio Targino e Francisca Raimunda da Costa Targino, é o segundo de Cinco filhos do casal. Nasceu pelas mãos de sua avó dona Raimunda (Mundica) que era parteira da comunidade. 

Iniciou a sua vida escolar no Distrito de Soledade onde estudou até o 4º ano primário, depois passou a estudar na Cidade pois não tinha o curso ginasial no sítio. Concluiu o curso ginasial na Escola Estadual Professor Antonio Dantas no ano de 1990. Concluiu nessa mesma Escola o 2º Grau no ano de 1994. 

No ano de 1990, após a seleção de dez adolescentes para trabalharem como guias oficiais voluntários no Lajedo de soledade, foi feito um exame entre eles e Adailton foi aprovado e escolhido para fazer um estágio na Biblioteca da Petrobrás e no Museu Câmara Cascudo, ambos em Natal com o objetivo de trabalhar no Museu Arqueológico de Soledade. Passou um ano e meio na Capital potiguar e retornou para assumir o cargo de Diretor do Museu da FALS (Fundação Amigos do Lajedo de Soledade), ficando no cargo até o ano de 1994, quando passou a Secretário da FALS e ficou um ano como assessor do Vereador Geraldo Targino seu tio. No ano seguinte 1995 começou a trabalhar como Diretor do Grupo Executivo de Ciretran de Apodi permanecendo no cargo até o ano de 2006 e onde trabalha até hoje. 

Participou como um dos coordenadores do Grupo de jovens Raios de Sol durante vários anos. Casou-se em 1997 com a jovem Maria do Socorro Menezes Targino com quem convive até hoje, e dessa união nasceram duas filhas: Aparecida Myrelle M Targino e Ana Vitória M Targino. Prestou seu primeiro vestibular no ano de 1999, onde foi aprovado no curso de Licenciatura em Geografia, ingressando na UERN (Universidade Estadual do Rio Grande do Norte) no ano seguinte. Concluiu seu curso superior em 2003. Nesse período de faculdade elaborou um projeto ao lado do Geólogo Eduardo Bagnoli (In Memórian) de desenvolvimento sustentável para o Lajedo e enviou para concorrer na câmara de comércio Brasil/Alemanha ao prêmio VOM MARTIUS, o resultado foi uma surpresa: a FALS ficou em primeiro lugar na Categoria uman Humanidade. A presidente da FALS na época foi até São Paulo para receber o prêmio que se encontra em exposição no Museu da FALS. Há dois meses foi eleito o Presidente da FALS, ONG responsável pela preservação do Lajedo. 

No ano de 2005 prestou concurso público para professor da rede estadual de ensino, sendo aprovado e convocado para trabalhar na Cidade de Rodolfo Fernandes onde leciona no período noturno. 

No ano de 2000, mais precisamente no dia 09 de Abril, Adailton e sua esposa convertem-se ao evangelho na Igreja Evangélica Assembléia de Deus, sendo apresentado Auxiliar Pelo Pr. Francisco Coriolano no ano de 2001, Consagrado como Diácono em 2002 e consagrado como Presbítero em 2003. Em 2004 passa a dirigir a Congregação de Santa Rosa e Água Fria. 

Em 2005 já na gestão do Pr. Isaac Dias dirige a Congregação de Melancias onde inicia a construção do novo templo, em 2006 passa a presidir a UMADAP (União de Mocidade da Assembléia de Deus em Apodi), Pr. Isaac o indica para Coordenar o SEPED (Seminário de Evangelismo Pessoal e Discipulado), em 2007 passa a dirigir a Congregação de Trapiá e Cipó, em 2008 passa a dirigir a Congregação de Santa Cruz, em 2009 dirige a Congregação de Missão no Bairro São Sebastião em Apodi. 

Em 2010 já na gestão do Pr. Jaime Mariano passa a dirigir a Congregação do IPE, ainda em 2010 coordena com o apoio do Pr. Jaime e a Mocidade o primeiro Impacto Jovem, onde houveram 23 conversões. Em 2011, em virtude de estar lecionando a noite não está dirigindo Congregação. É fundador do programa evangélico “vozes de esperança” na FM Lagoa em Soledade aos domingos de 13:00 às 15:00 horas. Atualmente é Professor de EBD e está cursando Teologia pelo IBADEP (Instituto Bíblico da Assembléia de Deus no Estado do Paraná). 

Uma frase: “uma Fé que não muda a conduta, tampouco mudará o destino.” Spurgeo.

sábado, 13 de agosto de 2011

Apodi - Neilton Barros

Adoro Apodi cidade que tem tudo e não tem nada nunca vi algo assim.
Prefeito nesta cidade só preocupa-se com o carnaval
Assim como na Roma Antiga pão e circo não faz mau.
Adoro Apodi cidade que tem tudo e não tem nada nunca vi algo assim.
Educação pra que? Só é preciso aprender duas coisas;
Vermelho e Verde pra quem torcer.
Adoro Apodi cidade que tem tudo e não tem nada nunca vi algo assim.
Saúde? Nem quando espirro.
No Maximo uma passagem para Mossoró ou Natal se achar melhor!!!
Adoro Apodi cidade que tem tudo e não tem nada nunca vi algo assim.
Emprego? Partidos, amigos, e amizades.
O resto só na saudade!
Adoro Apodi cidade que tem tudo e não tem nada nunca vi algo assim.
Lagoa, barragens, lajedo, obras naturais?
Políticos, prefeitos, imperadores, senhores!
Passado presente e futuro parecem ser iguais.
NBO!!!!!

Por Neilton Barros de Oliveira

Fonte: joseniasfreitas.blogspot.com

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Hemocentro coleta sangue amanhã - 13-08 - Convite

O Hemocentro vai está amanhã em Apodi, 13 de agosto, a partir das 08 da manhã, no antigo SESP coletando sangue. Você está convidado para contribuir doando sangue.
Quem agradece  é o Clube de Desbravadores
Favor ajudarem divulgando em seus blogs, twitter, facebooks, orkuts e etc. 

Poema sobre a Lagoa do Apodi - Vilmací Viana

Lagoa dos meus encantos
Em ti lavei os meus prantos
E derramei toda
Minha Saudade

Paraíso preservado
Crepúsculo dourado
És tu vale encantado

Lagoa da minha infância
Carnaubais, oiticicas
Árvores altaneiras
Testemunhas das minhas brincadeiras

Fonte: ApodibaixodoPano

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sítio Santa Cruz - comunidade

HISTÓRIA
Quando aqui, só a mata predominava, diz que, passando um padre por uma estrada que existia ligando outras comunidades, chegou a hora de celebrar a missa, que estava marcada em outra localidade. Como por lei, a hora da celebração não podia ser adiada, o padre e o sacristão que cavalgaram, apearam-se, amarraram os animais e ali ergueram um cruz e celebraram o ato santo, em frente a uma lagoa.

Partindo, deixaram a cruz como marca e prova de que tinhas cumprido com o seu dever. Aqui chegando os primeiros moradores, encontraram a cruz, que segundo as tradições, é santa. Daí surgiu a idéias do nome Santa Cruz, que aí está. E a lagoa ate hoje é denominada de “A Lagoa da Missa”, que fica nesse mesmo terreno.

PRIMEIROS MORADORES
Os primeiros moradores de Santa Cruz foram: JOSÉ DA MOTA FERREIRA com sua esposa EMÍLIA, aqui chegando, família bem arranjada construí casa que era denominada a fazenda dos motas, pois possuíam muito gado e chiqueiros de criação de bode, como chamavam na época. Aqui os rebanhos cresciam muito pois a pastagem era intensa. A família do casal compunha-se de 6 filhos. 5 homens e 1 mulher.

Depois chegou a família de JOSÉ MARCELINO e esposa MARIA. Aqui se ambientaram e eram pais de 6 filhos. 4 homens e 2 mulheres. Do outro lado do rio, a primeira família a ambientar-se foi DOMINGOS CAETANO e esposa ANTONIA. Tiveram 3 filhos e 4 filhas. Vindo em seguida a 4ª família fundadora, LUIS PINHEIRO e MARIA, pais de 5 filhos homens e 2 mulheres.

As quatro famílias desbravaram as terra e delas tiraram o seus sustento. A família Marcelino chegou a construir uma casa de farinhas que funcionava através de animais, ou seja. Era puxada por burros. A família Mota destacou-se pelos grandes rebanhos e um dos seus filhos chegou a exercer o cargo de professor particular na comunidade, a escola funciona na casa de farinha e também como advogado de causas.

As famílias trabalhavam na agricultura e as mulheres tinham acrescida a tarefa de fiarem suas redes e algumas vestimentas para o uso diário, que constituía em túnicas que se alongavam até os pés.

ASPECTOS GEOGRÁFICOS
- Distancia da cidade - 18 km
LIMITES
Ao norte: Grossos - 12 km
Ao Sul: Canoa - 6 km
Ao leste: Poço Verde - 2,5 Km
Ao Oeste: Campo Grande - 4 km. Melancias - 8 km

Fonte: Cartilha : História do Sítio Santa Cruz, 1997 - Clique para baixar arquivo completo

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Tibúrcio Marinho

TIBURCIO MARINHO DA COSTA, nasceu no dia 09 de março de 1960, no Sitio Carrilho zona rural de Apodi. Filho de Cassio Tiburcio da Costa e Zélia Morais Marinho da Costa, o primeiro de uma prole de dez todos vivos.

Iniciou a sua vida escolar na localidade de Apanha Peixe onde estudou até o 3º ano primário, depois se transferiu para o Distrito de São Geraldo em Caraúbas e posteriormente passou para o curso ginasial em 1972 na Escola Estadual Professor Antonio Dantas após aprovação no exame de admissão.

No ano de 1974 foi morar na casa de amigos em Fortaleza-Ceará, onde concluiu o então 1º grau na Escola Integrada Economista Nilson Holanda, pertencente ao município da capital cearense. Logo em seguida ingressou no 2º grau, no Colégio Estadual Professor Joaquim Nogueira também na capital cearense, vindo a concluir o curso profissionalizante de Técnico em Contabilidade.

Ainda em Fortaleza onde residiu por onze anos trabalhou no Departamento Estadual de Transito, e iniciou os primeiros passos no Rádio. Após ser aprovado no vestibular para o curso de Ciências Contábeis na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, voltou a residir em Apodi onde trabalhou no período de 1985 a 1987 na Escola Municipal Lourdes Mota na função de Diretor, onde foi considerado um dos melhores que já passaram por aquela instituição de ensino. Paralelamente lecionou na Escola Antonio Dantas no curso de Auxiliar de Escritório, nas disciplinas de mecanografia e matemática financeira, foi professor de Educação Física além de atuar na Escola Estadual Valdemiro Pedro Viana em Santa Rosa, lecionando nas disciplinas de matemática e geografia.

Durante doze anos atuou na ONG Visão Mundial, supervisionando projetos sociais em Apodi, e vários municípios do Rio Grande do Norte e Ceará onde criou o Projeto PDA Santa Cruz, projeto de grande alcance social atendendo várias famílias carentes da cidade e da zona rural de Apodi.

Em 1995 iniciou na administração pública no cargo de Secretário de Obras em cuja gestão, dentre outras realizações, foi construída a Praça Robson Lopes no centro da cidade.

Em 1997 assumiu a Secretaria de Obras e Urbanismo atuação marcada pela construção de estradas vicinais, praças, limpeza pública e sinalização de trânsito. No mesmo período, foi presidente da comissão municipal do PAPP conseguindo aprovar projetos de canalização de água, energia elétrica e desenvolvimento comunitário em várias comunidades rurais de Apodi.

Em 2000 foi eleito vice-prefeito acumulando a função de Secretário de Obras. Neste período teve inicio o projeto de urbanização da Lagoa do Apodi. No ano de 2004, foi eleito vereador, e ocupou os cargos de 1º secretário e vice-presidente da mesa diretora. É autor de projetos importantes destacando-se a meia entrada para professores em eventos no município de Apodi e a criação de cursinhos gratuitos para estudantes de baixa renda. Encampou a luta para construção do Fórum Municipal Desembargador Newton Pinto, sede da Justiça local e a construção da Promotoria de Justiça. Autor do projeto de lei que interioriza as sessões legislativas em comunidades rurais. Foi Secretário de Assistência Social, e criou o Centro de Referencia da Assistência Social – CRAS, especializado no acompanhamento à famílias em estado de vulnerabilidade. Implantou dez tele centros de informática em varias comunidades rurais, cursos profissionalizantes, etc. Após passar pela sub chefia de gabinete da Prefeitura de Apodi, voltou a exercer o cargo de Secretário de Urbanismo e Transportes em maio de 2011.

Fundou a Rádio Lagoa FM hoje em Soledade, e atualmente mantém no ar o Programa Em Dia com os Fatos já chegando a mais de dez anos sendo um dos programas de radio mais ouvido em todos os tempos. Durante muito tempo escreveu coluna no Jornal o Vale do Apodi, comentando vários assuntos. Tiburcio é Pai de 03 filhos, Marinho Neto, graduado em Direito, Maysa Mayara concluinte do curso de Odontologia e Marcos Ewerton pré-vestibulando, é divorciado e está concluindo o curso de Direito.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Apodi que eu amava - Wiliam Lopes Guerra

Não o Apodi infestado de automóveis poluentes,
De trânsito vexatório, cruzamentos perigosos...
Mas aquela dos muares e dos carros de boi!
Evoco o Apodi dos Mascates,
Apodi que sempre amei ontem,
Apodi não violento, sem progresso,
Apodi da minha infância.
As tardes de domingo eram mais bucólicas,
mais românticas - as Valsas nas residências -
o futebol no campo da antiga timbaúba...
plantada por Rozinha de Zé Reinaldo.
Chico Gato vendendo pão, de porta em porta,
um cesto enorme aprumado numa rodilha sobre o cocuruto;
os pregões dos picolés de Nhô Baité;
as velhas cachimbando nos batentes...
pici-nez na ponta do nariz a maniganciarem os bilros...
Apodi da lagoa sem poluição;
das comadres sentadas na calçada;
conversa de costureiras;
os preparativos festivos de casamentos.
As ruas estreitas, as casas se segurando umas nas outras,
a cumplicidade, os segredos, a inocência.
Apodi de hoje, com sons histriônicos pelas ruas,
Festas sem intermitência, luzes incandescentes,
Música de gosto quizilenta, não me atrai...
Mas aquela luz da lua, aquele violão plangente,
Quanta recordação... Quanta saudade...
Por que sumiram os redemoinhos levando a sujidade embora?
Acabaram com a algazarra da meninada nas enxurradas;
Não se vê mais casais de namorados na pracinha...
Apodi atual, repleta de computadores,
dos brinquedos virtuais, das conversas on-line,
do apogeu da moda importada e controvertida,
da malícia, do modernismo de toda ordem..
Preconceito, não! Mas civilidade, sim!
Por isso tudo e mais a falta da minha rua descalça,
onde armava o nosso trivoli,
onde plantava bananeira,
pensava que era feliz, só pensava...
Apodi passado que não volta mais, aquele eu amava...
Aqui, nessas linhas mal traçadas, imitei o poeta
na hora do protesto de veneração e respeito.

Fonte: http://blogdaprofessorinha.blogspot.com

domingo, 7 de agosto de 2011

sábado, 6 de agosto de 2011

Subsídios para a história do Sítio Soledade - parte V

As características personalísticas comuns às famílias BRUACA, TARGINO e TENÓRIO são definidas pelas atitudes firmes, dignidade e honra pessoal. Dignas famílias compostas por homens e mulheres que acreditam na força da palavra empenhada e no entendimento de que o que foi firmado em compromisso deve ser mantido em qualquer circunstância. Tem a lealdade e a confiança mútuas como base para consolidação de amizade estável e duradoura. São valorosas famílias, fiéis aos seus temperamentos de convicções antigas e irredutíveis de obstinação e determinação. Elegantes na simplicidade da vida cotidiana. Constituem o mais seguro roteiro histórico do costume sertanejo do entrelaçamento familiar restrito à pessoas destas três famílias, evidenciando a identidade com a alma do passado, como condição indispensável para se pensar na vida do futuro. Devotam profundo respeito aos seus princípios tradicionais, que entre elas representam uma norma de conduta. Só em ter seus nomes citados, imprimem acatamento, respeito e confiança. Meu avô e meu pai tiveram a honra de contar com a elevada estima e amizade destas honradas famílias. Na retina do meu passado de menino de dez anos, lembro-me que fui hóspede, junto com o meu saudoso pai, do amável casal sêo ODILON TARGINO e dona PRETA. Final de tarde, sentava-me em tamborete com assento de couro de boi, defronte a casa, ouvindo os velhos Bruacas e Targinos a relembrarem suas andanças pela vastidão da Chapada do Apodi. Durante as conversas, serviam-nos um cheiroso café torrado e moído em casa, por dona Preta. Em ano de seca, podia-se ouvir o zumbido das "cigarras" rasgando a teia do silêncio da caatinga. Saudosas tardes de ar provinciano, onde eu fitava o horizonte até o derradeiro raio de sol a abrir o caminho da noite.

Sobre a família TENÓRIO, colhí importantes subsídios históricos ouvindo pessoas de idade longeva, como os Srs. Natim Targino, João Martins e Tibúrcio Bruaca - que é o mesmo Tibúrcio Goela, que faleceu beirando os 100 anos de idade. Todos nascidos e criados no sítio "Soledade". Restou comprovado que a família TENÓRIO fixou-se inicialmente no sítio "Baixa Verde", na Chapada do Apodi, por volta do ano de 1940, tendo como tronco inicial o Sr. PEDRO TENÓRIO e esposa Maria. Este venerando casal chegou em Apodi vindo do sítio "Passagem de Pedras", em Mossoró, onde ficaram o pai e os irmãos de Pedro, cujo pai era conhecido como sendo o velho CHICO TENÓRIO. Do casal PEDRO e MARIA nasceram os seguintes filhos: F.01- CHICO TENÓRIO, que casou com dona FRANCISCA, filha do velho João Targino,tendo fixado residência no sítio "Soledade" onde vivia da fabricação da cal; F.02- RAIMUNDO TENÓRIO, casado com Doca; F.03- ALDENOR TENÓRIO; F.04- ANTONIO TENÓRIO, casado com uma filha de Belino da "Baixa Verde"; F.05- TIQUINHO TENÓRIO; F.06- RAIMUNDA TENÓRIO, casada com Antonio Pequeno; F.07- MARIA TENORIO; F.08- TIQUINHA TENÓRIO, casada com José Eleutério, filho de Eleutério, vaqueiro de Manoel Negreiros.

No arcabouço histórico do sítio "Soledade" não há como não se fazer alusão ao ícone representado pelo "LAJEDO DE SOLEDADE", mundialmente conhecido, por suas gravuras rupestres. Quatro figuras exponenciais ligam-se intrínsecamente à história e a preservação do acervo arqueológico do "LAJEDO": O inolvidável Padre FRANCISCO CORRÊIA TELLES DE MENEZES; O incansável historiador VINGT-UN ROSADO; O insígne e profícuo Padre PEDRO NEEFS, e a historiadora e poetisa MARIA AUXILIADORA DA SILVA MAIA (Dodora de Tião Lúcio). Não é de hoje que estas pinturas chamam a atenção dos visitantes que passaram próximo ao Lajedo, ou que delas tenham ouvido relatos. Ainda no Século XVII as pinturas foram citadas pelo pelo Padre Jesuíta FRANCISCO CORRÊIA TELLES DE MENEZES, que percorreu os sertões nordestinos entre o ano de 1797 a 1817, catalogando e elaborando minucioso relatório das pinturas rupestres existentes em grutas e lajedos, compilados no Tomo IV intitulado "DA LAMENTAÇÃO BRASÍLICA". Este texto traz consigo a primeira informação sobre o "LAJEDO DE SOLEDADE":

"LAJES DA SOLEDADE - Este sítio é da entrada da "Picada do Apodi" para diante uma légua. É dono de uma parte dele JOSÉ LOPES, morador nas vargens do Apodi, o qual diz que, quando cavou o olho d'água, que é entre pedras, descobriu-o subterrâneamente muitos cacos de telha e de louça, como que com eles se fez o entupimento, e logo pulsou água em abundância. Este poço está em uma ilharga dum pequeno terreno de terra firme, entre grande lajeiro de pedra de cal, por cujas ribanceiras e locas estão muitos sinais de tinta encarnada; mas como é aposento de passageiros, estes os tem raspado com facas e ralado com pedras, e que por isto já mal se divulgam". (FONTE: Google/Arquivo PDF - "MUSEALIZAÇÃO E ARQUEOLOGIA: DIAGNÓSTICO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO EM MUSEUS POTIGUARES". Abraão Sanderson Nunes F. da Silva - USP/MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUELOGIA").

Quando o dinâmico e profícuo Padre PEDRO NEEFS chegou ao Apodi (1965-1969) para dirigir a sua paróquia, foi informado pelas três famílias acima citadas, de que existia um lajedo onde eram encontradas várias pinturas, o que despertou a curiosidade em conhecê-las, bem como desenvolver trabalhos de conscientização da comunidade quanto à necessidade histórica da sua preservação. Conseguiu juntar considerável acervo arqueológico, tais como peixes fossilizados e outras faianças, cujo material possibilitou a criação de um museu natural na sede da FUNDEVAP. Vale ressaltar que, após a mudança do Pe. Pedro Neefs para outra paróquia distante, o lajedo ficou totalmente entregue ao abandono, não tendo sucumbido à sanha destruidora dos donos de caieiras, graças à abnegada e desprendida historiadora DODORA DE TIÃO LÚCIO, que em magnânima e louvável atitude chegou ao ponto de vender um veículo de sua propriedade para arcar com a impressão de cartões postais enfocando as pinturas rupestres, para divulgar no país inteiro. Graças à esse incansável e contínuo empenho de Dodora, a PETROBRÁS cerrou fileiras com ela para catalogar, preservar e divulgar o patrimônio arqueológico do lajedo para o mundo inteiro. O apego e o amor de Dodora ao LAJEDO DE SOLEDADE encontra-se espraiado nas páginas 21 e 22 do livro de minha autoria intitulado "DATAS E NOTAS PARA A HISTÓRIA DE APODY", vol. I : .....O que me restará fazer pela história do meu Apodi? Talvez apenas envelhecer caminhando sobre as pedras milenares do Lajedo de Soledade e olhando o por-do-sol sobre a nossa lagoa". A dinâmica Dodora ainda reuniu todos os apontamentos históricos sobre o Lajedo, nos dando o legado de um livro intitulado "LAJEDO DE SOLEDADE (história de) UM POEMA DE PEDRAS". Apodi e seu povo devem este grande preito de reconhecimento e gratidão a essa brava e incansável defensora do Lajedo de Soledade e seu expressivo acervo arqueológico.

Aos pesquisadores e historiadores, sugiro a consulta a monogafia acima citada e esta monografia contida no Google/ Arquivo Pdf - intitulada "O LAZER E AS ALTERNATIVAS DE GERAÇÃO DE RENDA: O TURISMO CULTURAL NO LAJEDO DE SOLEDADE, APODI/RN. Monografia de Elizabeth Cíntia Medeiros de Oliveira, apresentada como requisito para a obtenção do grau de Bacharelado em Antropologia e Sociologia no Curso de Ciências Sociais da UFRN.

O Sr. JOSÉ LOPES referenciado pelo Padre Francisco Corrêia Telles de Menezes é personagem constante dos meus alfarrábios. No assento de óbito encontrado em um dos livros do 1º Cartório Judiciário de Apodi, do ano de 1933, à fls. 170/v, consta que o mesmo tinha o nome completo JOSÉ LOPES DE LIMA, filho legítimo de José Lopes de Oliveira e de Luzia de Lima, e faleceu no sítio "Trapiá" (várzea do Apodi) a 20.05.1933, aos 83 anos de idade, deixando a viúva ANTONIA VIRGÍNIA DE OLIVEIRA e os filhos JOÃO LOPES DE LIMA, casado com Petronila Alves de Oliveira; JOSÉ LOPES FILHO; solteiro com 28 anos; SEBASTIANA ALVES DE OLIVEIRA, casada com João Ferreira Gama; MARTINHA ALVES DE LIMA, casada com Antonio Lúcio da Silva (Pais de João de Toinho, que mora vizinho ao cemitério); e ESMERALDINA ALVES DE LIMA, casada com Henrique Eufrásio de Lima (Pais de Zacarias Eufrásio de Lima).

Marcos Pinto - historiador e presidente da Academia Apodiense de Apicultura - AAPOL

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Convite 1º Twittencontro Apodi

Subsídios para a história do Sítio Soledade - parte IV

Todo trabalho de cunho histórico sobre o desenvolvimento econômico e social do sítio "SOLEDADE" passa, necessariamente, pelos perfís genealógicos das famílias BRUACA, TARGINO e TENÓRIO, com reluzente veemência. Entrelaçadas entre si por indissolúveis laços familiares, constituem 99% da população daquele rincão. Dentre a vastíssima família BRUACA, os que mais se destacaram foram os Srs. Zé Bruaca, João Bruaca e Baiôto, cujo nome civil era ANTONIO MANOEL DA COSTA. Baiôto casou com Maria dos Santos de Oliveira, cearense da cidade de Aracoiaba, de cujo matrimônio nasceram os seguintes filhos: F.01- MANOEL DOS SANTOS DE OLIVEIRA (Manoel de Baiôto), que casou com sua prima Maria Alice Torres dos Santos,filha de Antonio Avelino da Costa e Cristina Targino da Costa; F.02- FRANCISCO DOS SANTOS DA COSTA (Chico de Baiôto),que casou com Maria Dália da Costa, irmã da esposa de seu irmão Manoel; F.03- JOÃO DOS SANTOS DA COSTA (João de Baiôto), que casou com sua prima Neguinha Targino; F.04- LUÍS DOS SANTOS DA COSTA (Turica),casado com Maria Targino; F.05- PEDRO,que faleceu solteiro; F.06- JOSÉ (Zé de Baiôto) que casou com Maria Targino da Costa;F.07- MARIA JOSÉ, casada com Manoel Antonio Targino; F.08- LUCIMAR, casada com Batista; F.09- ZIÁ, casada com Alcides Targino; F.10- MARIA DAS DORES,casada com Antonio. Como se vê, quase todos os filhos de Baiôto casaram-se com pessoas da família Targino, conservando assim a tradição dos avós e bisavós, que só casavam com primos, e em alguns casos, sobrinhos casando com tias, como é o caso do Sr. Odilon Targino, que era casado com uma tia, conhecida como Preta. O velho Simão Bruaca, que tinha o nome civil SIMÃO NOGUEIRA DA SILVA, tinha um filho com o mesmo nome, que vem a ser o pai de Dona Santoza,casada com o Sr. Antonio do Casado (Por ter nascido no sítio "Casado"), cujo nome civil era Antonio dos Reis Magos da Costa, que por sua vez são os pais do ex-prefeito Simão Nogueira Neto.
A brava e prolífica família TARGINO teve como patriarca o Sr. FRANCISCO TARGINO DA COSTA, que casou duas vezes: Em primeira núpcias com BERNARDINA RUFINA DA CONCEIÇÃO, filha de João Evangelista de Oliveira e de Rufina Maria da Conceição. Bernardina faleceu no sítio "Soledade", de asma, em 12 de Fevereiro de 1915, aos 53 anos de idade, deixando o viúvo e os seguintes filhos:F.01- FRANCISCO TARGINO FILHO, que casou com sua parente Francisca Maria da Conceição,conhecida como Tachica, cearense de Aracoiaba;F.02- EDUARDO TARGINO DE OLIVEIRA, casado com Maria Benedita de Melo, pais de João de Eduardo e de Natim Targino;F.03- MARIA TARGINO DE OLIVEIRA (Nasceu em 1895), que veio a casar com Francisco Fernandes do Rêgo,conhecido como Chico Simão,filho de Simão Fernandes do Rêgo e Maria Pastora da Conceição. Simão era afrodescendente, posto que filho natural de Clara Maria da Conceição, escrava do Capitão Francisco das Chagas Cândido de Souza. F.04- JOÃO TARGINO DE OLIVEIRA,nascido em 1897, casou com Maria Gomes, da família dos Valdevino, e foram pais de Dozé, Preta - casada com Odilon Targino, Nazaré casada com Miguel Preto, Tonha - casada com Mundinho Targino, Francisca - casada com Chico Tenório, e Maria, casada com Chico Reinaldo do sítio "Boa Vista". F.05- FRANCISCA, nascida em 1901; F.06- JOSEPHA TARGINO DE OLIVEIRA,nascida em 1900; F.07- ANTONIO TARGINO DE OLIVEIRA, casado com Arcanja Maria do Rosário, filha natural de Francisca Lázara do Rosário. Eduardo Targino ficou viúvo de Maria Benedita de Melo a 28 de Agosto de 1918, e casou mais duas vezes com duas irmãs: Maria Joana e Maria Arcanja. Como se vê, Eduardo e o irmão Antonio Targino foram casados com duas irmãs,sendo certo que os filhos são primos carnais.

O patriarca FRANCISCO TARGINO DE OLIVEIRA casou em segunda núpcias com JOANA MARTINS, de cujo matrimônio nasceram os filhos: F.01- ANTONIA, casada com Francisco Justino; F.02- ISAURA, casada com João Targino; F.03- JOÃO MARTINS, casado com Francisca Targino, filha de Antonio Targino; F.04- BADÚ, casado com Maroca, filha de Simão Nogueira e Maria Luíza. Maroca era irmã de Dona Santoza, mãe do ex-prefeito Simão Nogueira Neto. A sogra (duas vezes) do velho Eduardo Targino de Oliveira, a Sra. FRANCISCA LÁZARA DO ROSÁRIO era filha João José do Rosário e de Quitéria Lázara do Rosário, e faleceu no sítio "Soledade" em 10 de Setembro de 1932, já viúva de Sebastião Costa, de quem não teve filhos. Teve três filhas naturais.
Compulsando os principais livros que tratam da história do Ceará, resta comprovado o emblemático carisma do bravo bandeirante MANOEL FRANCISCO DOS SANTOS SOLEDADE. Varava os sertões sob a modalidade semifeudal,ou seja, à ferro e fogo, bramindo o seu facão na abertura das veredas, e fazendo ecoar o ensurdecedor tiro do seu bacamarte boca-de-sino, o que afastava a indiada dos seus caminhos. Antes de fixar moradia em Apodi, estivera percorrendo as terras cearenses da famosa "Serra Grande" no ano de 1730, tendo como objetivo explorar suposta mina de prata, no lugar onde hoje está situada a cidade de Ubajara. Requereu e recebeu do governo da capitania do Ceará uma concessão de Carta de Data de sesmaria, expedida em 08.01.1730, dando-lhe três léguas de terras de comprimento por uma de largura. Desapontado pela constatação de que não existia o tal filão de prata, abandonou ditas terras, que foi novamente concedida em 17.06.1738 ao Capitão Antonio Gonçalves de Araújo, tido com fundador da cidade de Ubajara. Em meados do ano de 1730 noticia-se que Manoel da Soledade encontrava-se recolhido preso no Forte de São Pedro, na Bahia, por causar grandes aborrecimentos ao Vice-Rei do Brasil Vasco César. Só encontrou a tão sonhada paz espiritual quando fixou moradia na Chapada do Apodi, quando recebeu sua concessão de Data de Sesmaria a 01.02.1766, onde já instalara seus currais de gado e efetivara sua posse, estabelecendo assim o marco inicial da civilização no lugar que viria a ser denominado de sítio "soledade".

Marcos Pinto - historiador e presidente da Academia Apodiense de Apicultura - AAPOL

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Educação



Subsídios para a história do Sítio Soledade - parte III

As abordagens históricas sobre o notável sítio "Soledade" conduzem, invariavelmente, a um entrelaçamento sentimental e genealógico com as honradas famílias pioneiras daquele rincão - BRUACA e TARGINO. Composta por homens e mulheres que perpetuam no bom sangue a alma sertaneja, sacudida por uma impulsividade ancestral irrefreável, que as asperezas das caatingas da Chapada ainda mais caldearam.


Penso sempre comovido, na chegada desses primeiros BRUACAS e TARGINOS, com suas mulheres e seus filhos, tangendo algumas cabeças de gado pé-duro e outras tantas cabeças de miunças (Bodes e ovelhas), sementes dos rebanhos futuros que tanto contribuíram para a fixação definitiva. Vindos das lonjuras do Limoeiro do Norte e de Aracoiaba, no Ceará, traziam consigo a verdade dos fortes, a fé dos impassíveis, serena,firme, orgulhosa. Homens e mulheres muito parecidos com os soldados do tempo. Chegaram à desabitada "Soledade" em uma bela e estranha noite, em que a lua banhava de luz o "Geral das Macambiras". Noite feita de intenso silêncio, "quebrado" apenas pelas lufadas de ar que enxugavam os rostos suados e visivelmente cansados. Foram noites e dias varando o ermo da inóspita Chapada, com paradas impostas pelo cansaço e pela fome, amenizados pelos "arranchos" sob frondosas aroeiras, onde arriavam os apetrechos e as bruacas. Nestas, enfiavam suas mãos para catarem o farnel, composto por pedaços de carne seca, também conhecida como carne de charque, conservada imersa em farinha caroçuda, onde também se encontrava a indispensável rapadura preta, sobremesa sertaneja que revigora como adoçante no café torrado e moído antes da viagem. As rústicas cabaças conduziam a água, precioso líquido deveras difícil de se encontrar na imensidão das matas. Presos à cintura, traziam suas famosas facas "lambedeiras", seus facões "rabos-de-galo" e suas espingardas conhecidas como "lazarinas" ou "bate-buchas". Caminhavam mascando fumo ou consumindo grossos cigarros, conhecidos como cigarros de palha ou brejeiros, posto que feitos com fumo de rolo vindo do brejo paraibano. Sob sol causticante, suavam em bicas, como se estivessem a pagarem penitência na busca incontida de terras onde pudessem tomar posse e delas retirarem o sustento de suas proles. Particularidades de fatos que nos dão idéia da saga heróica e grandiosa.


Unidos pelo mesmo destino e objetivos, passaram a praticar a endogamia - costume à época de só casarem com parentes, para manterem os bens patrimoniais sempre em família. Primos com primas, tios casando com sobrinhas, dois rapazes casando com duas primas e irmãs entre si. Ao chegarem à "Soledade", traziam consigo a certeza de que experimentariam a empolgância de uma perspectiva toda nova, absolutamente desconhecida. De certeza mesmo, só a de que contariam com o inestimável e importante apoio do Coronel Antonio Ferreira Pinto, que os convidara por ocasião de suas andanças em terras cearenses. O estreito vínculo de amizade entre a família PINTO e os BRUACAS e TARGINOS logo se consolidaria pela compadrio e vizinhança de suas terras - duas colunas soberanas e centenárias. Relações de consideração recíprocas e prestantes no solo e nas almas constituíam os canais competentes do solidarismo agrário, explicando os trabalhos gratuitos das ajudas - o famoso "adjunto", que era o costume sertanejo dos vizinhos marcarem dia para serem realizados serviços agrícolas como construção de cercas, destocamento, plantio e colheita de gêneros de subsistência alimentar, como feijão e milho, bem como na apanha do algodão. Para a mantença alimentar dos que compunham os adjuntos, abatiam-se porcos e bodes, que os alimentavam à contento e à gosto.


Em pesquisas realizadas nas edições fac-similares do jornal "O Mossoroense", do ano de 1872, encontrei referência a uma pessoa que tinha o apelido de BRUACA residindo na Chapada do Apodi. À luz de um assento de óbito contido no livro de óbitos número 02,do Primeiro Cartório Judiciário de Apodi, encontrei, à fls. 43, o assento de óbito de SIMÃO NOGUEIRA DA SILVA, conhecido como Simão Bruaca, natural de Limoeiro do Norte-CE, filho legítimo de Francisco Nogueira da Silva e de Maria Nogueira Maia, também naturais de Limoeiro do Norte. Casou em Apodi com MARIA FRANCISCA DA COSTA,da família Targino, com quem teve grande prole. SIMÃO faleceu no "Olho D'água da Soledade" a 10 de Agosto de 1890, aos 55 anos de idade. Consegui colher os nomes de dois filhos desse venturoso casal: FRANCISCA MONTEIRO DA COSTA SOBRINHA, casada com Manoel da Costa Soares, tendo Francisca falecido no sítio "Soledade" a 09 de Agosto de 1906, aos 38 anos de idade, deixando os filhos FRANCISCA, com 19 anos de idade, e JOANA com 16 anos de idade. O segundo filho de Simão Bruaca tinha o nome civil MANOEL NOGUEIRA DA SILVA, conhecido com Manoel Bruaca, que veio a casar com ANTONIA SEVERIANA DE FREITAS. Manoel faleceu em consequência de um raio atmosférico no sítio "Boca da Mata", quando se encontravam caçando, no dia 24 de Abril de 1928, aos 44 anos de idade, deixando a viúva e os filhos FRANCISCO, ANTONIO, MARIA, ADRIÃO, ANTONIA, PEDRO, PLÁCIDO, JOSÉ, SEBASTIÃO, MARIA JÚLIA, PAULO e LUIZ. (FONTE: Livro de óbitos, Fls. 128 - do Primeiro Cartório Judiciário de Apodi).


O velho ZÉ MENDONÇA, morador do sítio Pé-de-Serra, criou um dos BRUACAS conhecido como Chico Mendonça, que era irmão de Zé Bruaca, Luís e JOÃO BRUACA, que afirmam os mais velhos da família ter sido um dos bravos matadores de onças, as quais acuava nas grutas do lajedo. Todos os BRUACAS mais velhos foram exímios caçadores de onças. À noite, acompanhados de seus cães de caça, tomavam o rastro da onça que havia se enfurnado. Entravam de furna adentro, precedidos de seus cães de confiança. As onças sempre ficavam acuadas sobre um batente de pedra, deitada, espreitando o valente caçador, conservando a falsa atitude de indiferença ante a presença dos cães e de seus donos. No lusco-fusco do "Murrão", os Bruacas percebiam que a onça se aprontava para saltar, e rápido um deles erguia a vara com a zagaia, tendo de aguentar o peso da onça na ponta da zagaia. Esturrando e de peito atravessado, ela tentava alcançar o Bruaca com suas garras. O cachorro aproveitava da situação e ficava a morder as patas traseiras do animal. Pouco a pouco a onça perdia a força e caía morta. A ZAGÁIA é uma lança usada para "escorar" a onça quando ataca o caçador. Tem de uma a três pontas e é encasteada em madeira resistente. MURRÃO é uma lamparina grande, tendo como depósito de querosena uma garrafa de barro vidrado, vidro ou mesmo flandre - onde acendem um pavio grosso que não possa ser apagado pelo vento. Alguns chamam-na de PIRACA. Quanto ao apelido BRUACA, deve-se ao fato de que estes NOGUEIRAS sempre se deslocavam para suas caçadas e outras andanças sempre portando pequenos sacos de couro comumente pendurados um de cada lado da sela (selim), ou apenas uma pendurada ao ombro. Era também, comum "ver-se" os BRUACAS calçando "Apragatas de corrêia na venta", que são pedações de couro, de uma dimensão pouco maior do que as da sola dos pés da pessoa que as usa. Duas correias prendem a frente. Outras passam pela parte anterior, segurando como anel de couro, ao jarrete, vindo estas pelos dedos do pé. Conheci um dos homens valentes dos BRUACAS, conhecido como TIBÚRCIO GOELA, filho natural de Senhorinha, exímia tocadora de fole, componente da família dos Bruacas. No ano de 1940, o Tibúrcio foi incumbido pelo Coronel Lucas Pinto, para resgatar um burro raceado que fora roubado do seu irmão João de Dodô (Pai de Dalva de Adailton Torres) do qual tivera notícias se encontrava compondo um comboio de um conhecido valentão morador no Acarape-CE, atual cidade de nome Redenção. Sem mais delongas, o Tibúrcio cumpriu o compromisso.

Marcos Pinto – Historiador e Presidente da Academia Apodiense de Letras.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Poemas e poesias

Em breve

Subsídios para a história do Sítio Soledade - parte I

Soledade no google maps
A vasta extensão territorial do município de Apodi proporcionou a fixação dos primeiros habitantes dito civilizados, à medida que era exterminada a indiada tapuia paiacus, da nação Tarairius. Durante o período de estio, em que as chuvas davam lugar à sequidão das terras, os índios eram forçados à retornarem ao convívio das belas paragens naturais situadas nas margens das piscosas lagoas de Apodi e do "Apanha-Peixe", onde dessedentavam-se e praticavam a pesca como meio de sobrevivência. Durante o período invernoso, retornavam ao cimo da serra, a qual os colonizadores deram inicialmente o nome de "SERRA DA PICADA", cuja denominação toponímica primeira deve-se ao fato de que a "picada" havia sido aberta pela brava família NOGUEIRA FERREIRA,comandada por MANOEL NOGUEIRA FERREIRA (05.05.1655 - Paraíba/17.01.1715 - Apody),que aportou em Apodi oriundos da Paraíba, via Ceará, pelas veredas indígenas (Atual BR 116) que entroncavam com outra que seguia no rumo de Apodi, adentrando no atual lugar denominado de "Olho D'água da Bica", varando em indômita caminhada as adustas e quase indevassáveis caatingas da serra de Apodi.

Quando o governo da então Capitania do Rio Grande começou a doar as terras do rincão Apodiense aos primeiros colonizadores, através das famosas CARTAS DE DATA DE SESMARIA, (1680-1742),doando terras no tamanho de três léguas de comprimento por uma de largura, faziam constar no documento oficial - quando se tratava das terras situadas em cima da serra, que dita Sesmaria era encravada na "Serra da Picada", para logo mais passarem a denominarem de "SERRA PODY DOS ENCANTOS". Á essa linda referência toponímica, atribuo ao fato de que o elemento colonizador, ao chegar às bordas da serra e vislumbrar o belo cenário que ainda hoje se descortina aos nossos olhos, na direção da lagoa e do vasto carnaubal da várzea, resolveu que em seus requerimentos denominariam a então "Serra da Picada" como "Serra Pody dos Encantos", ligando a denominação indígena PODY, ao belo panorama que era proporcionado aos que transitavam pela serra. Quando a serra cobria-se do manto verde, vestido pelo dadivoso inverno, os índios arribavam em direção às terras que compreendem o atual sítio "Soledade", onde fixavam moradia provisória nas grutas do lajedo, deixando para a posteridade suas manifestações culturais, representadas pelas inscrições rupestres, eternizadas em suas rochas calcáreas. Nas páginas do famoso livro intitulado "A GUERRA DOS BÁRBAROS", de autoria do célebre historiador AFONSO D'ESCRAGNOLLE TAUNAY, às págs 181,230,255,265 e 266, encontramos as minudências acerca do processo empregado pelo homem branco, para exterminar a indiada tapuias paiacus da região Apodiense - um verdadeiro genocídio. Há um relato de que o famoso "TERÇO DOS PAULISTAS" comandados pelo paulista Manoel Álvares de Morais Navarro,composto por 400 homens, lutou durante três dias e três noites com a indiada situada nas margens da lagoa,eliminando mais de duzentos índios e fazendo considerável número de cativos. Essa truculência praticada pelo elemento colonizador, privou a região de Apodi ver constar em seu mapa demográfico a existência de habitantes com origem indígena.

Após a extinção dos índios, dos quais temiam a belicosidade e artimanhas empregadas no embate, o elemento branco povoador passou a fixar seus currais de gado nas terras da Chapada, criando e aumentando o rebanho em forma extensiva,onde as divisas eram simbolizadas pela fixação de pedras grandes. Verificando as doações das terras situadas sobre a serra, em especial as terras onde hoje se encontra encravada a comunidade do sítio "Soledade", encontramos o seu primeiro habitante na pessoa do bravo bandeirante MANOEL FRANCISCO DOS SANTOS SOLEDADE,natural de Aracati-CE, onde nasceu a 10 de Janeiro de 1700 e falecido em Apodi a 07.02.1755.(Dados biográficos colhidos no BLOG OESTE NEWS, do grande e profícuo historiador JOTA MARIA, Apodiense de coração). Pesquisando no Instituto Histórico e Geográfico do RN, encontrei o primeiro " LIVRO DE ATESTADOS DE ÓBITOS DA PARÓQUIA DE APODY" , com registros de óbitos do período 1766 (ano da criação da paróquia) ao ano de 1776, cujos assentos foram lavrados pelo primeiro Padre da paróquia de Apody - O Padre JOÃO DA CUNHA PAIVA (1766-1776).
Neste precioso e importante documento, consta que MANOEL DA SOLEDADE faleceu em Apodi em suas terras conhecidas como "LAJES GRANDES" , que é o atual sítio "Soledade", a 07 de Fevereiro de 1755,aos 55 anos de idade,pouco mais ou menos, e que foi sepultado na Igreja-Matriz de Apody, deixando a viúva dona VERÔNICA DOS SANTOS. Cruzando-se os dados colhidos pelo historiador JOTA MARIA com os dados colhidos no dito livro paroquial, há uma discordância quanto ao ano do nascimento de MANOEL DA SOLEDADE. Pelos apontamentos colhidos pelo abnegado pesquisador/historiador JOTA MARIA, Manoel teria falecido aos 75 anos de idade. Pelo livro de óbitos da paróquia o mesmo teria nascido em 1720. Fica esta interrogação para investigações posteriores. O certo é que em 01 de Fevereiro de 1766 requereu e recebeu doação de três léguas de terras por uma de comprido, nos seguintes termos: "Ilmo. Capitão-Mór e governador. DIZ MANOEL DA SOLEDADE, morador na Ribeira de Apody,desta Capitania, que ele suplicante tem suas criações de gado e não tem terras próprias aonde as criar e porque na "Picada do apody" que vai para o Jaguaribe, na serra dela, no lugar chamada "Lajes Grandes" há em dita terra água que com benefício se pode sustentar gado, e que ele dito suplicante requer três léguas de terras pegando do dito lugar das "Lajes Grandes" correndo pela dita serra ou fazendo do comprimento largura ou da largura comprimento, como melhor lhe convier...".(FONTE: Vide livro "SESMARIAS DO RIO GRANDE DO NORTE" - QUARTO VOLUME, pág. 22 à 25 - 1764-1805). Como a concessão foi feita no mesmo dia da data do requerimento, depreende-se que o mesmo se encontrava em Natal, ou então que deixou a data do requerimento para ser colocada em Natal. Como se depreende por essa CARTA DE DATA DE SESMARIA, o atual sítio "Soledade" tinha o primitivo nome de "LAJES GRANDES", que é o atual e famoso "LAJEDO DE SOLEDADE".



Investigando o rastro desse lendário e magnífico desbravador, encontrei largo referencial de sua vasta envergadura como bandeirante. O renomado historiador cearense GUILHERME STUDART, em sua celebrada obra intitulada "HISTÓRIA DO CEARÁ" faz várias abordagens sobre o processo de colonização cearense, em que, da pág. 459 a 464 dá enfoque especial à indômita figura de MANOEL FRANCISCO DOS SANTOS SOLEDADE, que no documento/requerimento em que solicita a doação das terras apodienses simplificou seu nome para MANOEL DA SOLEDADE. Acredito que adotou essa artimanha para dificultar ou até mesmo impossibilitar a ligação com ele mesmo, que requereu e recebeu doação de terras no Ceará. Durante muito tempo vinha investigando, em conversas várias, com pessoas residentes no Tabuleiro do Norte e em "Olho D'água da Bica", acerca da existência dessa família denominada de SOLEDADE, sem contudo lograr êxito. Eis que, em um belo dia, reservado por DEUS, em minha estimada e valiosa amizade com o Sr. LÓ DE CASSIMIRO VALENTIM, perguntei ao mesmo se ele, em suas andanças pelo Ceará, especificamente na zona rural e lugar denominado de "Baixa dos Cabras", já ouvira alguém mencionar, em conversas dos alpendres sertanejos daquelas paragens, a existência de alguém pertencente à família conhecida como sendo a FAMÍLIA SOLEDADE. Qual não foi minha imensa alegria, ao ouvir o velho LÓ mencionar que conhecia esta honrada família, e que, inclusive já trabalhara em terras da família dos SOLEDADE. Na ocasião citou vários nomes desta família, fazendo a observação de tem um dos SOLEDADE que é vereador na cidade de Rodolfo Fernandes, que se assina com o nome civil ENOCK SOLEDADE.


Marcos Pinto – Historiador e Presidente da Academia Apodiense de Letras.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Subsídios para a história do Sítio Soledade - parte II

A história da ocupação das terras da CHAPADA DO APODI, sem metais preciosos e infestada de feras e de índios tapuias ferozes, constitui uma das grandes epopéias da formação territorial do município de Apodi. Quando o bravo bandeirante MANOEL DA SOLEDADE venceu e empurrou o gentio indígena para mais longe, estabeleceu sua fazenda de criar gado nas imediações do que ele denominou de "LAJES GRANDES", onde hoje situa-se o sítio "Soledade". Assim se fez, nestas dilatadas e semi-áridas terras, um povoamento digno dos estudos do Marechal Rondon - O famoso desbravador, e de Coriolano e Nonato Mota - historiadores.

As intempéries do tempo, aliadas às belicosidades dos índios, fez com que a ocupação das terras fosse feita de forma lenta e gradual. Segundo documentos oficiais, especialmente as famosas CARTAS DE DATA DE SESMARIA, a família NOGUEIRA, pioneira no processo de colonização e ocupação das terras apodienses, optou por estabelecer seus currais de gado nas terras situadas ao redor das lagoas de Apodi e do "Apanha-Peixe", tendo a abundância da água como elemento crucial para sua fixação, fenômeno ao qual os historiadores denominam de HIDROTROPISMO, que significa que a água é o fator determinante para a fixação do homem ao lugar que ele escolheu para fixar moradia e estabelecer seus currais de gado. Assim, na sequência cronológica do processo de povoamento, temos Manoel da Soledade como pioneiro, recebendo a concessão de suas três léguas de terras de comprido por uma de largura, nas ditas "LAJES GRANDES", em CARTA DE DATA DE SESMARIA expedida em 01 de Fevereiro de 1766. Já em 15 de Março de 1785 eram doadas terras no mesmo regime de sesmarias, ao Capitão José da Cunha Pereira, compreendendo terras situadas entre as LAJES DA SOLEDADE, caminho do Jaguaribe, e a fazenda "Ponta da Lagoa", por cima da serra, ou seja, as terras começavam onde hoje é o sítio "Ponta" e se estendia até em cima da serra. (FONTE: QUARTO VOLUME DAS 929 SESMARIAS DO RN - 1764 a 1805 - Coleção Mossoroense - Fundação Vingt-Un Rosado - Maio de 2000). No inventário do Tenente-General Francisco de Souza Falcão (Ano de 1812), consta dentre os seus bens de raiz, terras na Serra da Picada do Apodi. (FONTE: Vide livro "VELHOS INVENTÁRIOS DO OESTE POTIGUAR", pág. 34 a 36 - Autor: Marcos Antonio Filgueira - Coleção Mossoroense - Série C - Volume 740 - Ano 1992.). No inventário do seu filho Sebastião de Souza Falcão (Ano de 1846), consta que possuía "terras no sítio Soledade, da estrada da picada do Apodi, que o inventariado herdou de seu pai". Em 04.08.1836 encontramos o Sr. Francisco de Souza Falcão, filho do dito Tenente-General Falcão, vendendo terras no sítio "Olho D'água da Soledade" ao Sr. Alexandre da Costa Pinto, que por sua vez as vendeu em 12.12.1838 ao Sr. MARCOS ALVES DA FONSECA. Em 20.07.1839 o Padre Christovão de Holanda Cavalcanti, residente em "Afogados da Ingazeira"- Pernambuco, vendia terras no sítio "Soledade" ao Sargento-Mór Antonio Francisco de Oliveira. As terras situadas distantes das "Lajes Grandes" foram povoadas por DOMINGOS BORGES DE ABREU, que recebeu concessão em 07.04.1717, e que até hoje são conhecidas as ditas terras como sendo a famosa "DATA DO ABREU". As terras onde estão situados os sítios DO GÓIS e ALGODÃO foram povoadas por ROMUALDO MACHADO, que ainda vivia no ano de 1775 residindo na então Aldeia do Apody, cujas três léguas de terras tem a denominação em documentos cartoriais de registro de terras, como sendo a "DATA DO ROMUALDO", denominação esta que perdura até hoje. Pesquisando em vários livros de Registro de Notas do primeiro Cartório Judiciário de Apodi (Período 1831 a 1856) encontrei o Sr. MARCOS ALVES DA FONSECA vendendo meia légua terras a ele pertencentes, ao Sr. João de Góis Nogueira. Em 22.08.1836 o Capitão João Lourenço Pereira de Azevedo, morador em Pernambuco, vendeu terras situadas no sítio "Soledade", ao Sargento-Mór Antonio Francisco de Oliveira, irmão de Joaquina Mariana de Jesus, primeira esposa do Capitão Vicente Ferreira Pinto, cujas terras ele as houve por herança do seu filho Ignácio Pereira de Azevedo e sua nora Leonor.

Diante seguidos processos de compra e venda das terras onde está encravado o sítio "Soledade", resta a certeza de que os herdeiros de Manoel da Soledade as vendeu depois da morte dele, ocorrida a 07.02.1775, aos senhores acima citados.

Marcos Pinto – Historiador e Presidente da Academia Apodiense de Letras - AAPOL