Ó dia dos meus cuidados de pai,
Uma saudade indizível impregnada na alma,
Vontade de gritar para o mundo complacência imensa,
Que as lembranças guardadas no meu peito,
Como relíquias, ou admiração que me ficou,
Jamais passarão além da garganta e o grito suplicado!
Pai... Foi o meu maior amigo além de meu fundador,
O astro dos meus dias escuros que os alumiava,
Sol clemente! Maior que essa bola de fogo incandescente!
Quantas vezes te pedi conselhos nos hereges momentos?
Não me negavas a palavra comedida segurando a atitude,
Mostrando o caminho mais longo, porém o mais seguro...
Lembro de quando criança foste tu ó meu pai,
Quem me deu o primeiro brinquedo:
Modesto pião feito de cipoaba agreste,
Artesanal, rude, mas de uma beleza sutil e imensurável!
As tardes finais dos teus dias eu o visitava,
Tinhas sempre uma amizade nas palavras tão justas;
A filosofia nos gestos como que faziam parte da lição;
As explicações claras como a tua epiderme,
Mais parecia com a alva que despontava
E lhe doía à claridade nos olhos tristes e carcomidos...
Subistes deixando a prole em pranto!
E hoje neste dia de aclamação aos pais do Brasil,
Recebe o nosso abraço, o meu em particular,
Que nunca dei quando ainda aqui estavas,
Como prova do meu amor de filho e amigo,
Como uma singular mistura de silêncio e remorso.
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