“Bela como a flor da laranjeira,
Equânime meu céu estrelado,
És aquela que flora na roseira,
Vós quem sonhos tem acalentado
Os mais loucos inatos sentidos,
Disfarçando enormes ganidos
Do meu ego forte que deseja
Um querer poder te abraçar
Em um instante somente beijar
A boca de uma dama sertaneja
Mas o meu coração não entende
Que o pensar não assim realiza,
Meu querer que além estende
De um sonho que me idealiza,
Se, um dia se mentalizou-te fugir
Para um paraíso contigo ir
O verso demora a ti chegar,
Quero, como quero, um sorriso,
Almejo, como almejo, preciso
Responda-me, somente, um olhar.
Meu Deus, será que é pecado?
Não controlar, por si só, o coração?
Se for, melhor tê-lo arrancado
Do peito inerte e não mais emoção,
Sentir, como se ama para sofrer
Por isso vivo sem ainda entender,
Por que o senhor nos fez assim
Quando se tem a fêmea amada
Jamais pensamos noutra indomada,
Madrugadas...necessito perto a mim.
Não hã vejo tantos longos dias,
A esperança fraca corói a cabeça,
Sinto tão distante o calor em frias
Noites solitárias onde mesmo esqueça
De minha personalidade fundo adentrar,
Minhas mágoas apenas vou aumentar
Afogando-me em um vil oceano
De amarguras e mélicas desilusões,
De embriaguez e félicas canções
Apenas por desejar amor cigano.
Não se pode brincar de gostar
Nem mesmo precisar de sentir
Ela vem em meus sonhos adentar,
Ela deixa longe um vago sorrir,
Posso, não posso, só sei reclamar,
Depende daquele triste cantar
Que me joga de encontro a saudade
Àquela solidão que não se sacia,
Fazendo-nos sonolentos no dia
Por jamais atingirmos tal realidade.
Melhor nunca procurar bela criatura,
Cuja natureza a encheu de encantos,
Bela és completa pompa de formosura,
Poderia cobrir-te d’ouros mantos,
És somente passagem, dona angelical
Beleza de cunho matrimonial
Morrerá o desejo agora distante
E mesmo que nunca tenha a ti
Repito incauto querendo você aqui
Não esquecendo-a um só instante’’.
Copiado do Livro: Caminhos do Meu Ser
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