terça-feira, 28 de maio de 2013

As regiões do Apodi

Apodi está dividido em quatro áreas: Região da Chapada, Região das Pedras, Região do Vale e Região da Areia, com características geográficas diferenciadas por sua composição do solo e economia.




REGIÃO DA CHAPADA

É uma área localizada ao norte do município, de grande importância econômica. Os solos são férteis e estão incluídos entre os mais velhos e produtivos do Brasil e um subsolo muito rico em água. Tem uma área estimada em mil km. é a única elevação de terreno existente no município, chegando a atingir metros. Em forma de planalto, a chapada se estende também por vários municípios e parte do Estado do ceará.  

A Chapada do Apodi estende-se no sentido leste-oeste desde Ceará - Mirim, no Rio grande do Norte, até muito a oeste de Russas, no ceará, interrompida apenas pelos vales dos rios Piranhas – Açu, Apodi-Mossoró e Jaguaribe. Constituída por uma porção calcária, está provida de uma rede subterrânea de drenagem, formado, certamente, numa era em que uma região gozava de um clima mais unido. As águas caídas sobre a chapada escoam-se profundamente, indo alimentar perenes em lugares distantes.

São riquezas da chapada, dentre outros minerais, o petróleo, gás natural, mármore e bauxita. O petróleo é explorado pela Petrobrás, através da perfuração de poços, de onde se extrai, também o gás natural, o que traz renda para o município, através dos royalties e dos impostos do ISS pagos pelas empresas que atuam na região.  

Na Chapada de Apodi, a Petrobrás instalou um campo petrolífero do Riacho da forquilha, distante km da sede, onde operacionaliza poços do petróleo e de gás natural, combustível escoado através de oleoduto e gasoduto que passam pelos municípios de Apodi, Felipe guerra e Caraúbas. 
Do calcário são extraídos toneladas de cal que são exportadas para várias localidades. O calcário forma uma camada compacta coberta de leitos de arenitos que são portadores de água. As terras são boas para formação de pastagens.

Os terrenos são ricos em cálcio que é importante para a cultura do algodão. Além das culturas de subsistência, como o milho e o feijão, existem também culturas alternativas, como o sorgo e a mamona. Predomina, nesta área, a criação de caprinos e agora despontando a apicultura.

Na região da Chapada, concentram-se os latifúndios e todos os projetos de assentamentos rurais do município, onde são cultivados caju, melancia e melão. Hoje, em decorrência dos vários poços perfurados na chapada, existem projetos de irrigação de hortaliças e frutíferas. Nessa região, localiza-se também o Lajedo de Soledade, considerado o segundo maior Sítio Arqueológico do Brasil.

No entanto, vem ocorrendo um grande desmatamento por causa da queima de madeiras para a produção de carvão vegetal. Da floresta original, hoje, só existe uma pequena reserva na localidade de Baixa verde. A macambira é encontrada na área e muito usada no período de seca para alimentar rebanhos bovinos.    

REGIÃO DAS PEDRAS

Fica ao sul do município. É uma área coberta por pedras seixas, lajedos e serrotes. O Solo é impermeável devido a formação geológica constituída de seixos cristalinos e de argila muito endurecida. A vegetação é de Caatinga. O terreno apresenta-se acidentado a partir da comunidade de Santa Rosa. 

Nessa área, fica localizada a Barragem de Santa Cruz parte dos açudes existentes no município. Alguns tipos de vegetais característicos da região de Caatinga são aí encontrados, como: marmeleiro, jurema, catingueiro e outros. 

REGIÃO DO VALE

Situada ao leste, é conhecida também como a região da várzea de Apodi. É uma planície, geologicamente, constituída de aluviões sobre os arenitos da formação Açu inferior. Os aluviões são formados de argilas escuras, limos e areias.   

O solo tem areias de quartzo e materiais cristalinos em sua composição. A vegetação é rala, e existem em quantidade o velame e o mofumbo em moitas isoladas. A carnaúba e a oiticica são vegetais característicos das várzeas, onde a água é localizada a pequena profundidade. Até o final da década de, a carnaúba era uma importante riqueza do município. O pó extraído das folhas era usado na fabricação de cera, chegando a existir na cidade de Apodi, algumas fábricas artesanais de prensagem da cera de carnaúba. Empregava muitas pessoas que trabalhavam no período de estiagem. São fatos da história econômica que merecem registro: “A várzea de Apodi ainda é coberta por um extenso carnaubal, embora já bastante devastado, que, num período passado, produziu riquezas no município’’.

Hoje, os carnaubais do Vale do Apodi foram reduzidos, mas pó da folha da carnaúba continua sendo extraído para a fabricação de cera. Do fruto da oiticica produz-se o óleo. Essas atividades continuam sendo exercidas por várias pessoas, já que se trata de produtos com mercado garantido, apesar de existir a necessidade de mais incentivos governamentais.

A carnaúba vem perdendo seu espaço para outras culturas de maior importância para o mercado da globalização. Atualmente prioriza-se a produção através da irrigação do cultivo de arroz e de frutas tropicais, como: banana, manga, limão, mamão, coco-da-baía e outros, uma vez que o subsolo é muito rico em água. 

A região do Vale é uma área de minifúndios onde predomina a agricultura de subsistência. Apesar do deslocamento de pessoas para a Região da Chapada após os assentamentos rurais e a perfuração de poços tubulares, continua bastante povoada, não perdendo seu significado político e econômico no contexto geral do município. 

REGIÃO DA AREIA

Localizada a oeste do município, a região tem extensos tabuleiros arenosos e vegetação rala utilizada para pastagem dos animais. O marmeleiro é um dos vegetais encontrados nessa área, como também os gramíneas, sendo que, no limite com o Ceará, são localizadas árvores de maior porte e uma vegetação mais espessa.As terras são próprias para o cultivo de feijão e as árvores baixas são utilizadas para o cultivo de milho, arroz, e algodão. 

Nesta região, também exploram-se a apicultura e a criação de caprinos, ovinos, bovinos e suínos. 
É uma região que também é voltada para a plantação de cajueiros. Possui fábricas de beneficiamento de castanha para a exploração (Sítio Córrego) e pequenas fábricas para beneficiamento da polpa de caju para fabricação de suco (Sítio Floresta).

Fonte: Apodi, Um olhar em sua diversidade - Cleudia Pacheco Bezerra e J. Carlos Baumann

Nenhum comentário:

Postar um comentário