terça-feira, 21 de maio de 2013

O que o vento traz agora? - Paulo Filho Dantas

“O que o vento traz agora?
Pois já não suporto a agonia
De tentar esquecer tempo, hora
Arrancar de vez toda nostalgia
Que’m mim adentra o aberto
Peito que vai queimando incerto.
Alimentando minha félica ilusão
Não sei onde fugir, esconder,
De nada adianta lutar sem vencer
Ninguém pode domar o coração.

Quem nunca passou iludido
Em sua vida de versos mortos
Talvez se enganou e fingido
Traçou retos pensamentos tortos,
Em tudo se deve caminhar
Jamais desistir de pensar,
Porque a vida isso nos conduz
E instrui para o bom caminho,
Sejamos fortes, porém e sozinho
Que descobrimos a verdadeira luz.

A mãe de todo o grão-saber
Da música, a angélica melodia,
Energia que teima renascer,
Anjo sublime que traz alforria
Não existe realmente a verdade
O que temos é muita saudade
De quando o homem pensava,
Dos poemas escritos outr’ora
Cada um para sua sã senhora
Era o tempo em que se amava.

O amor sofreu uma revolução
Por acompanhar a modernidade,
Poema hoje é apenas paixão,
Não se ama com dita verdade,
Pasmemos de profundo desespero
A humanidade inteira por espero
Dum simples e delicioso beijar,
Louca vida eu somente queria
Sentir o pulsar em maestria
Dos deliciosos toques do ar.


Mas cabe a mim escrever
Versos recheados de um amor
Escondido no simples viver,
Por ter sentido aquele calor
Que nos envolve por inteiro
Atingindo-os em certeiro
Na cavalgada impar fenomenal
Onde descobrimos quem amamos,
Por ela tudo logo deixamos
A vida minha, meu ser imortal.

Se eu vivesse somente,
Eu simplesmente falaria
Descarregando um dormente
Coração, pois então pesaria
No consciente aquela vontade
De declarar com afinidade
Todo amor que carrego
Comigo para só oferecer-te
No desejo de somente crer-te
Sempre te amei, não nego’’.

Copiado do: Caminhos do Meu Ser

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