A história deriva de fatos protagonizados por pessoas que, com seus empenhos e denodos, amalgamaram seus nomes na origem de lugares territoriais, formando o elenco histórico da toponímia. Surge daí o curso para a evolução urbanística com a implantação da célula-master, representada pela edificação da capela, com a cruz no frontispício a emblematizar no espírito do colonizador/povoador o elo intrínseco com o poder temporal da fé.
Apodi é uma das remotas povoações que guardam no perfil urbanístico as linhas clássicas do tipo de povoação portuguesa. Do quadrilátero central, conhecido como sendo o antigo "QUADRO DA RUA", se esgalharam as ruas novas,becos e saídas, que o desenvolvimento posterior veio a exigir, como característica predominante.
Esse "Quadro da Rua" tinha, invariavelmente, um centro constituído pela igreja do padroeiro/ padroeira, completado em muitos casos por uma saída pública. O traço cultural português da edificação em praça dominada pela igreja, encontra ainda permanência impressionante. A praça ou o largo da matriz existe infalivelmente como principal logradouro nas cidades e vilas do interior. A igreja-matriz preside o nascimento da cidade, e em torno dela se processa o desenvolvimento da povoação. "As povoações começam pela igreja" (Pedro Calmon).
Esse "Quadro da Rua" tinha, invariavelmente, um centro constituído pela igreja do padroeiro/ padroeira, completado em muitos casos por uma saída pública. O traço cultural português da edificação em praça dominada pela igreja, encontra ainda permanência impressionante. A praça ou o largo da matriz existe infalivelmente como principal logradouro nas cidades e vilas do interior. A igreja-matriz preside o nascimento da cidade, e em torno dela se processa o desenvolvimento da povoação. "As povoações começam pela igreja" (Pedro Calmon).
Nesse contexto histórico, transmite-nos a tradição oral que no ano de 1740 o Missionário Capuchinho FREI FIDÉLIS DE PADAVOLI aportou em Apodi, onde construiu uma rústica capela de madeira e barro, conhecida como construção feita em taipa. Este tipo rudimentar de construção é feita com o arcabouço do teto armado com o emprego de madeiras nativas de larga durabilidade, sendo utilizadas as mais conhecidas, como aroeira, pereiro, pau branco e pau-ferro. As paredes eram feitas com varas trançadas entre si e amarradas umas as outras com o emprego de imbiras de couro ou mesmo com palhas da carnaubeira.
O teto era coberto com palhas da carnaubeira ou de buriti. Os intervalos entre as varas eram preenchidas com massa compacta feita com barro umedecido, o que o tornava aderente e compacto. Antes da massa de argila secar, era feito o seu alisamento com um pedaço de tábua, tornando-a uma superfície plana, o que possibilitava a pintura feita com a cal, revelando uma brancura que combinava com a mansuetude celestial da fé.
Por volta do ano de 1760 chegava ao Apodi o religioso capuchinho FREI ÂNGELO, em peregrinação. De imediato, envidou por inolvidáveis esforços, adotando providências que culminaram com a edificação da primeira Igreja-Matriz, feita totalmente em alvenaria, ou seja, com o emprego de tijolos e telhas. Como os recursos arrecadados pelo Frei Ângelo não foram suficientes para a edificação de um majestoso templo, construiu-se uma igreja com modestas características, simples, de tamanho que dava um certo destaque arquitetônico na surgente aldeiazinha, tranquila, de aparência bucólica, perfeitamente integrada ao esplendor da natureza que a cercava.
Essa modesta igreja passou à condição de Igreja-Matriz com a criação da Freguesia Eclesiástica (Paróquia), em 03 de fevereiro de 1766, recebendo a denominação de IGREJA-MATRIZ DA POVOAÇÃO DAS VÁRZEAS DO APODI.
Essa modesta igreja passou à condição de Igreja-Matriz com a criação da Freguesia Eclesiástica (Paróquia), em 03 de fevereiro de 1766, recebendo a denominação de IGREJA-MATRIZ DA POVOAÇÃO DAS VÁRZEAS DO APODI.
A criação da paróquia só tornou-se realidade graças aos esforços do venerando padre JOÃO DA CUNHA PAIVA, que se encontrava pregando na região desde o ano de 1760, tendo sido o primeiro padre da paróquia de Apodi, desmembrada da de Pau dos Ferros. A paróquia nasceu com a particularidade de ter dois padroeiros: São João Batista e Nossa Senhora da Conceição, cujas imagens e ricos ornamentos vieram de Portugal. O português ANTONIO DA MOTA RIBEIRO foi o primeiro procurador da Igreja-Matriz de Apodi. Era casado com JOSEPHA FERREIRA DE ARAÚJO, neta materna do fundador de Apodi MANOEL NOGUEIRA FERREIRA. Antonio da Mota exerceu grande influência na criação da paróquia. De 1766 a 1842 a ribeira de Mossoró pertencia, no plano espiritual, à paróquia de Apodi.
Conforme relato histórico do primeiro historiador apodiense MANOEL ANTONIO DE OLIVEIRA CORIOLANO, no dia 02 de Fevereiro de 1784 a Igreja-Matriz de Apodi desabou sobre as campas, devido às rachaduras que surgiram no corpo da Igreja, com um estrondo que foi ouvido em Portalegre, situada a 60 quilômetros de distância. É possível que tenha havido exagero nesta afirmativa do dinâmico e profícuo historiador. Partindo dessa informação, depreende-se que a Igreja-Matriz foi novamente edificada neste ano.
FONTE: Vide livro "FLAGRANTES DAS VÁRZEAS DO APODI" - Livro VII - Coleção Mossoroense - Série C - Volume DCXXXVI - ano 1991).
Por Marcos Pinto - historiador apodiense
Matéria copiada do: Blog Potyline
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