domingo, 16 de junho de 2013

Canto louco - Paulo Filho Dantas

“Canto ao amor, à verdade e à vida
Não as tolices fúteis mundanas
Que fácil o enganoso apego
Não leva a seguir as estrelas ciganas
Que vagam todos os dias e noites
A espera do sentimento esquecido,
Mas arquivado nos corações jovianos
Traz ao palco do universo um elo perdido

Canto ao amor, à verdade e à vida
Por que sei de um sorriso o valor
Da felicidade proporcionada por ti
Que as conquistas se conseguem com labor
E estando perto das pessoas certas
Toda hora, noite, qualquer tempo
Solitário astro candente ilumina
Horários instantes em estampado momento

Canto ao amor, à verdade e à vida
Mas a tristeza sozinha arranha o meu ser,
Como posso, porém, gostar do existir
Se o meu ego reclama sublime prazer?
Do destino só resta esperar,
Acontecer melhor forma do fim
Mas se esfacela o seu cheiro de flor
Para que viver se está longe de mim?

Canto ao amor, à verdade e à vida
Portas se abrem, se fecham, confusão
Desvia meus olhos e fingem me iludir,
O insensível não compreende as coisas do coração
A água pura que molha e toca aquele corpo,
Não possui capacidade para imaginar
O bem que faz, ao trazer peculiar alívio
Para matéria soada e realizada de tanto sonhar

Canto ao amor, à verdade e à vida
E pelos poemas outrora morfizados em cantigas
Imortais por toda emotiva conjuntura
Sofrida louvável por luas antigas,
A única de palavras criam frases e destas
Adentrando madrugadas ao som de um violão
Exigindo dois seres e uma chama em dois saturnos

Canto ao amor, à verdade e à vida,
Porque esse canto não entoa o ânimo agora
E sai desconforme, descontente e distorcido
Amargurando ouvidos pela boca vento afora
Rebuscando no íntimo do nosso inconsciente
A lembrança longínqua do teu perfume sedutor
Que até as rosas invejam tal exalo inebriante
Ah, vida louca, verdade louca, louco amor’’.

Copiado do: Caminhos do Meu Ser

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